segunda-feira, 26 de julho de 2010

Igreja & camisinha

    Outro dia eu estava conversando com um amigo sobre um assunto qualquer e, de repente, começamos a falar da opinião da Igreja sobre a camisinha, então eu citei uma conversa que eu tive com meu pai quando eu era adolescente (lá pelos meus 14-15 anos) onde eu perguntei a ele por que a Igreja tinha uma opinião tão "descabida" frente a possibilidade de as pessoas evitarem filhos contando com mais esta ajuda (camisinha) para que assim pudessem ter, dentre outros benefícios, a qualidade de vida que o planejamento familiar trás para todos, principalmente para os mais de$afortunado$. Naquele momento meu pai disse que apesar de provavelmente uma parte do clero não desconsiderar totalmente a idéia da camisinha, ainda havia muitos bispos e cardeais que mantinham esta linha de pensamento baseando-se em convicções, ideologia e fé (não necessariamente nesta ordem), ele ainda acrescentou que provavelmente se passariam muitas gerações de bispos e cardeais, até que, por ventura, a Igreja mudasse de idéia. Eu NÃO me conformei com a resposta, mas achei que o argumento do meu Velho era válido (ainda hoje concordo com ele), pois partindo-se do princípio de que em qualquer grupo de pessoas os mais influentes tendem a ser os mais antigos / experientes, o pensamento e atitudes da Igreja não poderiam ser outra coisa senão conservadores.

    Naquele momento pensei: "Puxa, que contraditório: a igreja É A FAVOR do planejamento familiar, mas não apoia a camisinha! (Naquele momento eu sabia que a Igreja era a favor do planejamento familiar, pois meus pais ministravam Curso de Noivos e por vezes eu vi material fornecido pela paróquia contendo slides falando sobre a "tabelinha", período fértil e outros métodos contraceptivos - todos NATURAIS).

    (Permita-me um parêntese: esse negócio de algumas igrejas / religiões serem contra o que não é natural, me emputece - com o perdão da palavra. Eu fico deveras chateado com argumentos como: minha religião não aceita que se doe / receba sangue ou órgãos, pois a pessoa tem que viver ou morrer de acordo com a vontade de Deus! Peço desculpas, mas isso é BESTEIRA, se o problema está com as coisas não-naturais então me responda: alguma destas pessoas se recusa a tomar banho quente no inverno? Se nega a andar de carro ou outro veículo não-animal? Usa roupas feita de pele de animais? Prefere acender uma vela à uma lâmpada a noite? A resposta para todas estas perguntas é um sonoro NÃO! Eu afirmo, se Deus quisesse que você tomassa banho quente, a água dos rios seria quente, se Deus quisesse que vc andasse de carro ele teria colocado rodas ao invés de patas nos cavalos, se Ele quisesse que que você enxergasse a noite daria a luzinha do bum-bum do vaga-lume pra você! Se estas pessoas se utilizam de artifícios (e elas COM CERTEZA se utilizam) para sua comodiade e todos estes foram feitos pelo HOMEM (graças a INTELIGÊNCIA dada por DEUS), por que não ajudar o próximo doando sangue, ou mesmo salvando ou melhorando a qualidade de VIDA de uma pessoa (até mesmo um ente querido) aceitando o transplante de um órgão? E pra terminar o parêntese:

SENHOR DO SÁBADO - Marcos, capítulo 2 versículos 23 ao 28
E sucedeu passar Ele num dia de sábado pelas searas; e os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas.
E os fariseus Lhe perguntaram: Olha, por que estão fazendo no sábado o que não é lícito?
Respondeu-lhes Ele: Acaso nunca lestes o que fez Davi quando se viu em necessidade e teve fome, ele e seus companheiros?
Como entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, e deu também aos companheiros?
E prosseguiu: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.
Pelo que o Filho do homem até do sábado é Senhor.

Tire suas próprias conclusões...)

   Uma conseqüência imediata e talvez não muito óbvia da resistência da Igreja ao preservativo, é que seu uso passa a ser considerado PECADO, sendo assim, eu pergunto: é justo que católicos(as) que desejam planejar suas famílias o façam de maneira "pecaminosa"?

    Quando expus uma parte deste ponto de vista ao meu amigo ele me mandou um link para o artigo Acadêmico de Harvard diz: O Papa está certo sobre camisinha - (Traduzido pelo Google ou Original em Inglês) - dizendo que seria bom dar uma lida para ter também outro ponto de vista.

   Pois bem, acessei a página, li seu conteúdo, pensei um pouco e resolvi escrever o meu próprio artigo sobre o assunto e é por isso você está lendo estas linhas agora.

    No início, o artigo cita estudiosos e cientistas que dizem que nos últimos 25 anos o uso da camisinha não ajudou a diminuir o número de pessoas contaminadas pelo vírus da AIDS (mais especificamente na África), muito pelo contrário, estudos demonstram que os índices aumentaram e a explicação do artigo é que ao se sentirem protegidas as pessoas ultrapassam os limites que a própria proteção lhes trouxe, ele faz uma analogia entre camisinha e rachas de carro, dizendo que apoiar a camisinha seria o mesmo que dizer aos adeptos desta prática "esportiva" que se usassem uma proteção de borracha em seus carros, em caso de batida a pessoa não morreria, muito pelo contrário, não lhe ACONTECERIA NADA e ele finaliza dizendo que se tal proteção realmente existisse o número de acidentes envolvendo praticantes de rachas aumentaria, tal qual aumentou no caso da AIDS. OK, esta é a visão de um estudioso de Harvard que tem a seu favor muitos anos de estudo e "pesquisas", pois bem agora vem meu contra-argumento seguindo a mesma linha de sua analogia, eu questiono: é razoável que ao usar o cinto de segurança uma pessoa acelere e corra mais do que enquanto ela estava sem ele? Ao se proteger ela se arriscaria mais mesmo sabendo que a eficiência do cinto é inversamente proporcional à velocidade do carro? Será que quem tem carro com freio ABS e Air-bag é mais imprudente? Ou será que com ou sem cinto de segurança ou air-bag esta pessoa conduziria seu carro da mesma maneira? Até mesmo para se praticar esportes radicais tais como bangee jump ou paraquedismo, existem regras de segurança e todo o equipamento é rigorosamente verificado (fato: acidentes de paraquedismo são raríssimos e estatísticas apontam que a grande maioria deles acontece com pessoas altamente experientes que negligenciaram sua própria segurança). No máximo eu compararia as pessoas que conduzem seus carros "normalmente" àqueles que querem planejar suas famílias e os praticantes de esportes radicais àqueles que não tem parceiros fixos, pois estes se "arriscam" para sentir a adrenalina, mas nem por isso "saltam do avião sem para-quedas".

    No parágrafo anterior eu coloquei a palavra PESQUISAS entre aspas, simplesmente por que acredito que as pessoas participantes desta pesquisas mentem, ou pelo menos não falam toda a verdade, e talvez até seja involuntário, pois elas provavelmente usam a camisinha sim, mas só nas primeiras transas e depois param, pois começam a confiar na pessoa e tendo em vista que a poligamia na África é livre e que o homem, nestas culturas machistas, sempre tem o "direito" de trair, imaginem o que acontece quando um cara que tem 3, 4 ou até mesmo 5 esposas pega AIDS de um "caso" esporádico fora dos casamentos, advinha só quem paga o pato?... É claro que a poligamia facilita a disseminação de DSTs, assim como confirma o artigo dizendo que o problema da AIDS na África seria amenizado se lá a monogamia fosse imposta e que a promiscuidade é determinante para a disseminação da doença naquele continente.

    O artigo baseia-se muito na questão da AIDS e pouco fala sobre o planejamento familiar, que é o ponto que eu defendo aqui - caso não tenha ficado claro até agora, hehehe...


    O artigo diz também que caso a igreja venha a se mostrar a favor da "pequena camisa de látex", a libertinagem e devassidão tomaria conta do mundo, ora, eu pergunto, alguém que é libertino e devasso segue os preceitos de qualquer igreja / religião? Será que a igreja REALMENTE pensa que tem influência sobre este tipo de gente? Venhamos e convenhamos que seria um pensamento, no mínimo, muito ingênuo, por isso pergunto: o que DE FATO impede a Igreja de se pronunciar clara e abertamente favorável à camisinha para fins de planejamento familiar?
    Frente ao exposto afirmo que ao apoiar o uso de preservativo, a Igreja estaria fazendo um bem para todo aquele que segue os seus preceitos, pois tiraria da "pecaminosidade" as pessoas que, mesmo sendo fiéis fervorosos, ainda assim, se utilizam da camisinha por entenderem que não há maldade alguma em um simples pedaço de borracha. Igreja & camisinha: Vista esta idéia!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Domínio Público

Com o advento da Internet, o conhecimento (ou pelo menos a informação) ficou muito mais próximo de qualquer pessoa que tenha acesso à Grande Rede (fato cada vez mais comum hoje em dia e que pode ser visto aqui e aqui) e para ajudar nesta disseminação o Governo Federal mantém o site Domínio Público que contém inúmeras obras, tanto da literatura brasileira quanto da universal (literatura, hehehe...), à disposição de qualquer pessoa, conforme esta referência direta da missão do site "...sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos)..."
Este site é ótimo para as pessoas que nunca leram Shakespeare (e que tenham vontade de fazê-lo, obviamente...) ou para aqueles que gostariam de reler "aquele" livro do grande Machado de Assis e que por alguma razão nunca mais tiveram acesso ao mesmo. E, com certeza, para muitos outros "curiosos" também!

Bom divertimento ! ! !

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Desejo

    Há algumas maneiras de desejar: desejar alguma coisa, desejar alguém, desejar alguma coisa a alguém ou a si próprio... eu gostaria de falar um pouco sobre este último tipo de desejo...
    Quando se deseja algo para si, dois motivos me vem a cabeça:

1 - Eu quero
e
2 - Eu mereço

    Não li o livro "O Segredo", mas sim apenas algumas resenhas e comentários diversos, pegando carona nisso, acredito que muitas vezes apesar de sentirmos firmemente que queremos algo, não nos apercebemos de que o eu mereço, NÃO está em sintonia com o primeiro e portanto os dois não tem forças suficientes para concretizar o "querer".
    Baseado nos dizeres do poeta "basta ser sincero e desejar profundo", eu pergunto: Até que ponto a nossa sinceridade interior influencia o resultado final (sucesso / fracasso) do querer?... me faço entender: Se desejamos alguma coisa por que queremos, ao mesmo tempo é necessário sentir-se merecedor, ora, quando não nos sentimos assim a não-realização é iminente e é por isso que nos decepcionamos com o "fracasso" do famoso pensamento positivo, ou seja, não desejamos sincera e profundamente, daí derivam entre outras coisas as "profecias auto-realizáveis".
    Estava "surfando" pela Super-via da Informação e me deparei com a seguinte frase de Ben Stein - em voga atualmente devido ao longa Expelled (10 partes com legenda em português) - que diz "O primeiro passo indispensável para conseguir as coisas que você quer da vida é este: decida o que você quer.", pois bem, eu diria que o segundo passo é sentir-se da mesma forma como ilustra o Oráculo no filme Matrix "Ser o escolhido é como estar apaixonado: Ninguém pode te dizer se você está. Você simplesmente sabe. Não tem dúvida, nenhuma" traduzindo em miúdos: Saber o que querer e se SENTIR VERDADEIRAMENTE MERECEDOR independentemente do mundo exterior, pois assim o dito "pensamento positivo" dá lugar ao SENTIMENTO POSITIVO e, conseqüentemente, à REALIZAÇÃO do DESEJO.

    Obviamente há que se cuidar deste sentimento para que a prática leve a perfeição, de outra forma caí-se em um círculo-vicioso: não sei o que quero, não me sinto merecedor, não concretizo, sou coitado; e volta pro começo.
    Com a ajuda de Deus e a parte que nos cabe sendo bem-feita, o sucesso é uma questão de tempo.


Abração e até mais!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Primeiro Post

Finalmente cheguei a Blogsfera...
É interessasnte postar uma mensagem na Internet sem que ela seja destinada a alguém em específico: um misto de ansiedade e esperança.
Talvez uma sensação parecida com a dos pesquisadores da Nasa (guardada as devidas proporções, é claro...) quando do lançamento da sonda espacial Voyager 2 em Agosto de 1977 (pouco mais de um ano antes do acontecimento que marcaria a vida dos meus Pais para sempre: meu nascimento, hehehe...), ou seja, da mesma forma que a sonda (des)pretenciosamente leva (algumas) informações da Terra ao espaço infinito, eu gostaria de partilhar pontos de vista, expectativas, desejos e até mesmo medos para que alguém algum dia leia este blog e saiba que "eu estou aqui" (como diria Roberto Carlos em "Jesus Cristo").
Penso (ou não!?...) que como "estréia" na Grande Rede este pode ser apenas mais um blog gravitacionando ao redor da Blogsfera - isto só o tempo dirá...
Aos navegantes de plantão desejo sorte e que nossa missão seja bem-sucedida!

Saudações Agostinianas!